Uns vão negar, outros vão fazer cara feia, mas verdade seja dita, Rio Paranaíba e UFV não são integradas como deveria ser. Os universitários na maioria das vezes não se misturam com os "nativos", os rio paranaibanos por sua vez não se misturam com "forasteiros", alguns poucos aventuram-se em ambos os universos enfretando algumas barreiras culturais.
Preconceito? Discriminação? Medo? Olha, saber eu não sei, mas eu como Cidadã que sou quero tratar sobre isso aqui com muita seriedade e sinceridade e sem nenhuma parcialidade. Por mais que neguemos a existência de uma certa barreira entre UFV e Rio Paranaíba, ela está aqui em nossas mentes. A falta de interação entre as duas está tanto no âmbito do estudante e professor como comunidade acadêmica como próprio morador da cidade.
Primeiro então vamos analisar a "distância" entre o universitário e funcionários da UFV tem com o rio paranaibano como morador:
- Festas: A maioria dos estudantes e funcionários vieram de cidades grandes, metrópoles, o que implica que em uma cidade maior, onde a cultura é mais moderna, os jovens são mais modernos, os hábitos e gostos são diversificados. Sendo assim, podemos dizer que por mais que tenhamos jovens modernos na nossa cidade, os gostos e hábitos não irão bater tão bem, o que acaba divergindo nos caminhos tomados nessas festas.
- Culinária, mercados e hospitais: Vamos ser sinceros: temos poucos restaurantes, poucos mercados com pouquíssima variedade e um hospital que anda em falta com médicos, o que implica na necessidade de usar serviços diferentes dos nossos, optando por procurar isso em cidade vizinhas.
- Cultura: Por mais que na UFV estudem e trabalhem mineiros, isso não indica que somos culturalmente iguais porque bem sabemos que nesse nosso interiorzão nós temos uma cultura diferenciada, gostamos de folia de reis, de congado, de sertanejão; sendo assim, sabemos que os demais que moram em cidades maiores tem gostos mais diversificados, linguajar diversificado e até mesmo os assuntos são diferentes.
O que fazer?
A palavra é só uma ADAPTAR, isso funciona naturalmente no processo evolutivo e diferentemente do repartimento público, evolução é algo que funciona. Quem deverá adptar: universitários de "fora" e funcionários da UFV ou os rio paranaibanos? Ambos terão de adaptar-se para viverem melhor em conjunto, isso mesmo, em conjunto. Se quisermos ver uma Rio Paranaiba melhor e morar nela, é bom que aproveitemos toda ajuda possível.
A Universidade Feredal de Viçosa veio para esta cidade sem nenhuma infra-estrutura e continua sem. Precisamos de muita coisa para mudar este quadro, precisamos de:
- Supermercados com maior variedade de produtos e marcas para melhor atender a preferência dos diversos clientes.
- Restaurantes versáteis que saibam fazer vários tipos de comidas diferentes para atender ao paladar diversificado.
- Hospitais com serviço de maior qualidade.
- Eventos com maior diversidade de temas.
Segundo, vamos tratar da UFV como instituição de ensino e Rio Paranaíba como uma cidade que há tempos precisa de mudanças e de um empurrãozinho para evoluir. Bem sabemos que a UFV é conhecida pelos seus trabalhos científicos principalmente em projetos de expansão, também sabemos que ela tem ótimos professores capacitados para orientar projetos deste cunho e também a UFV conta com alunos interessados na área. A Cidadã então pensou aqui com seus botões o quanto a interação da UFV para com os rio paranaibanos seria efetivada por meio de projetos de pesquisa, ensino ou extensão ou mesmo do tão famoso PET (Programa de Educação Tutorial).
Pense aqui comigo leitor, imagine se o curso de Nutrição fizesse pesquisas em torno da educação alimentar das crianças e idosos de Rio Paranaíba, ajudando as escolas, asilos e hospitais a complementar a dieta das pessoas afim de dar a elas os nutrientes necessários na quantidade certa para cada faixa etária e necessidade. Imagine se o curso de Engenharia de Produção, Ciências de alimentos, Ciências Contábeis e a Administração se juntassem, ou pelo alguns alunos trabalhassem em conjunto para ajudar micro e pequenas empresas de Rio Paranaíba. Imagine se os estudantes de Ciências Biológicas dessem auxílio aos alunos do ensino fundamental e básico a aprenderem realmente sobre a fauna e flora do cerrado, ensinando de modo criativo toda a importância da preservação. Imagine se os estudantes de Sistemas de Informação, por mais que sejam bacharelandos, dessem aulas ou mini-cursos para adultos para que as ofertas de empregos fossem melhores.
E dentre tudo isso todos ganham, os universitários ganham experiência e o rio paranaibanos ganha uma ajuda. Assim, todo mundo se integra e realmente conhece a realidade de cada um ao invés de julgar. Falando nisso, seria uma boa se o pessoal da ADM ensinasse aos empresários de Rio Paranaíba que tem jeito de lucrar, sem abusar nos preços dos serviços prestados.
Bem, isso é só umas idéias que passaram pela mente da Cidadã, fica aqui o recado e digo que ficaria muito feliz se entendessem o que quero dizer.
Tenho dito,
Paloma Silva, cidadã de Rio Paranaíba