Paloma Silva

domingo, 1 de maio de 2011

GLOBALIZAÇÃO E CAPITALISMO: O PARADOXO E O MUTUALISMO- PARTE II

Globalização e capitalismo: o paradoxo e mutualismo- Parte I


     O ser humano nos seus primeiros contatos com natureza viu nela uma chance de obtenção de alimentos e de demais meios que garantissem sua sobrevivência. Esta maneira de pensar e agir perante a natureza teve sua continuidade até o feudalismo, onde os senhores feudais plantavam em suas terras aquilo que era necessário para sua sobrevivência e parte daquilo era dada ao vassalo e posteriormente ao camponês.  A agricultura de subsistência tem fim bem na época em que as culturas eram trocadas como forma de obtenção de alimentos diferentes, o que gerou a necessidade de maior produção e maior acumulação de bens para trocas. A ascensão da nova classe social, a burguesia, fez com que estes pequenos atos de trocas acabassem virando um lucrativo tipo de comércio, fazendo então com que as iguarias das terras que futuramente fossem exploradas, o artesanato e os produtos agropecuários fossem comercializados por meio da moeda, do capital.
A própria expansão marítima só foi possível graças a um grande acúmulo de capital, e esta prática foi adotado por vários povos.
A acumulação de capital por sua vez, torna-se um ciclo, onde para acumular este capital é necessário produzir, explorar, enfim, fazer algo para a obtenção de lucro. Bem sabemos que a matéria-prima para praticamente todos os produtos que consumimos encontra-se na natureza, entende-se então que a exploração de matéria-prima, posterior transformação e distribuição destes produtos quando feitos de modo errôneo e com o intuito de lucrar apenas acabam degradando a natureza.
A não utilização de filtros nas indústrias, o descarte incorreto de materiais químicos, o uso de carros com defeito nos motores ou com combustível adulterado ou mesmo mais poluente, o descarte incorreto do lixo domiciliar, a transformação de mata em áreas de pastagens, o corte de árvores sem procedente reflorestamento, indução de queimadas para o melhoramento da pastagem, caça de animais silvestres e/ou em extinção, entre outros atos de autoria humana são as causas principais dos problemas ambientais que vemos atualmente. Tais práticas na indústria reduzem o custo com a produção, fazendo com que o retorno do lucro seja maior, enquanto a apropriação e adequação de todos os processos para um método ecologicamente correto é com certeza de grande prejuízo. O que devemos lembrar é que este prejuízo é momentâneo perante o prejuízo causado pela não adequação das indústrias às normas ambientais, pois a continuidade de atividades errôneas acarretará uma série de problemas ambientais como: extinção de animais, vegetais, petróleo, enfim recursos naturais, aumento da temperatura, derretimento das calotas polares, surgimento de novas doenças, redução na qualidade, aumento na produção de dióxido de carbono, etc..
Causas deste mal? O egoísmo e a ganância humana de fato são os maiores fatores para isto, além do mais, a globalização influencia o capitalismo, pois a mídia é a principal incentivadora do consumismo. Para consumir mais precisamos ter mais capital acumulado, isso inquiri em produzir mais com custo baixo para vender mais caro e obter mais lucro, isso por sua vez que faz com que o outro consumidor tenha que produzir mais e ganhar mais, para consumir mais. Tornando isso um ciclo. Com certeza este é um dos maiores exemplos do mutualismo existente entre capitalismo e globalização.
A resposta para isso foi sempre uma só: Conscientização. Necessita-se de escolas ensinando a preservação, a subsistência ainda praticada em aldeias indígenas no Brasil, métodos de produção ecologicamente corretas e mais ainda, escolas que estejam preocupadas na formação do caráter da criança e do adolescente em prol de uma sociedade futuramente mais ética, mais respeitosa, mais preservadora da natureza e isso sem impor, mas ensinando a importância e fazendo com que atos simples como fechar a torneira enquanto escova os dentes, jogar lixo no lixo sejam automáticas como saber que dois mais dois são quatro. Ações estas que na infância parecem não ser nada, mas quando esta criança estiver maior, estudada, dona de sua própria indústria, ela ache necessário colocar filtro nas chaminés de suas indústrias, instigar a reutilização e reciclagem de materiais utilizados lá dentro.
Lembremos bem que quando se tratando de crianças, estas que dizemos ser o futuro, regras e leis são impostas de uma maneira a qual se torna chato fazer, mas quando ações como estas se tornam parte fundamental do caráter, este sendo imutável como ser, bem sabemos que a próxima geração será consciente do que faz com o mundo e pronta para conscientizar outras gerações.

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